Tenho um tímpano nos ouvidos, pronto a me estourar os tímpanos.
Meu coração saiu do seu recuo da bateria e agora, além do peito, ocupa toda a minha garganta, meus seios nasais, o canal auditivo e as têmporas. Bate como um surdo, alheio ao incômodo que causa aos que ouvem, berrando para toda a bateria que é hora do desfile. O som grave bem marcado combina mais com o novo sambenredo, mais do que o choro do cavaco e o lamento da cuíca. Ele repercute por todo o meu corpo, se espraiando, acordando os tamborins e os sinos de vento que dormiam mudos e empoeirados.
Tum-tum. Tum-tum. Tum-tum-tum-tum-tum.