Por tanto tempo rabisquei pensamentos em pedaço de papel, panfleto de propaganda, resto de bloco, de trás pra diante no caderno... sempre à procura de uma costura pra todos esses retalhos. Hoje entendo que meu livro é mesmo assim: um não-livro. E percebo que cada trecho está pronto, ainda que trecho, e concluído porque começa no ar e termina no estalo. Porque trechos, retalhos, reticências, miçangas, miudezas... É disso que sou feita. [E começo a achar que 2+2>4.]
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
ANÁLISE COMBINATÓRIA
Dentre os milhares de eus possíveis, eis que escolho ser todos. Abrigo os eus possíveis e os impensáveis, os verossímeis e os inventados, e a resultante é que sou esta versão de quem sou; esta que fala, dança, ama, ri, anda em mim, agora, nada mais é do que uma variação do mesmo tema que, por ser infinito para dentro, vaza para fora nesta versão que nunca é a final. Versão que, estando em constante rearranjo, é, não diferente de si, mas também não exatamente igual. Cubo mágico. Todas as caras podem ser a minha cara. Todos os estilos podem ser o meu, ainda que eu não seja de nenhum deles. Liberdade de ser tudo o que se é, de exprimir toda as potencialidades das possibilidades das personalidades. Liberdade.
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