quinta-feira, 19 de novembro de 2009

TAQUICARDIA

E então, outro ciclo se cumpre, fatal e implacável. Fecha-se meu ano, fecham-se (mais) feridas, trancam-se portas. Jogo fora depressa a chave, para não cair em tentação. Fecho as portas e abro a janela, para que o sol me veja... E a ele me mostro toda, lângida, devassa, deixando que ele me desnude roupa por roupa, me limpando do mergulho que dei, de boa vontade, na fria escuridão. (De boa vontade, mas já chega.) A ele mostro o peito aberto, para que o sol me queime e nele eu me consuma – no calor do sol ou no calor que o frio na boca do estômago me provoca no rosto, na espinha, no ventre, no sexo. Leves tremores de terra. As borboletas no meu estômago provocam sete ponto quatro na escala richter, e ao soterramento me abandono, embriagada e entorpecida pelo desejo que (me) acorda depois de sufocado por nove metros de inundação.

Já escrevi melhor. Mas há muito tempo não me sentia tão bem.

2 comentários:

Kadu Mauad disse...

... Isso tem alguma coisa a ver conosco?

Cintia Brugiolo disse...

Será...? ;)