sexta-feira, 1 de abril de 2011

RETALHOS

Não é que eu abra mão da minha vida para criar; é precisamente porque a vida abre mão de mim é que me refugio na arte como algo que, de teimosa, me prende aqui.

* * *

Que é a vida, senão amores a esquecer?

Contínua sucessão de dias opressores, noites vazias.

E tudo isso é vazio de sentido.

A vida é feita de encontros, pontos no infinito. Por mais que você viva a vida inteira com alguém, por mais que seja a vida inteira, são pontos efêmeros no eterno.

Feita de flashes curtos, nua sucessão de efêmeros, pequenas sinapses. O pequeno, descontínuo e miúdo é o que faz a vida, como pontilhismo.

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