Por tanto tempo rabisquei pensamentos em pedaço de papel, panfleto de propaganda, resto de bloco, de trás pra diante no caderno... sempre à procura de uma costura pra todos esses retalhos. Hoje entendo que meu livro é mesmo assim: um não-livro. E percebo que cada trecho está pronto, ainda que trecho, e concluído porque começa no ar e termina no estalo. Porque trechos, retalhos, reticências, miçangas, miudezas... É disso que sou feita. [E começo a achar que 2+2>4.]
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
CONTAGEM
Cansada desta vida de mesquinharias. De contar os trocados para uma cerveja. De contar os minutos para sair do trabalho. De contar os amigos nos dedos de uma mão. De contar carneirinhos para dormir. De contar as misérias ao analista. De contar vantagem sobre os outros para. De contar quantas vezes o telefone tocou no último mês. De contar mentiras pra si mesma para sobreviver. De não ter com quem contar.
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