A tempestade que se despeja de seu cérebro imobiliza seu corpo, e as palavras evaporam de suas mãos antes mesmo de pressentidas. Ela escreve porque a vida lhe dói. A vida lhe coça. A vida lhe dá cócegas.
Ela escreve porque não sabe dançar.
Por tanto tempo rabisquei pensamentos em pedaço de papel, panfleto de propaganda, resto de bloco, de trás pra diante no caderno... sempre à procura de uma costura pra todos esses retalhos. Hoje entendo que meu livro é mesmo assim: um não-livro. E percebo que cada trecho está pronto, ainda que trecho, e concluído porque começa no ar e termina no estalo. Porque trechos, retalhos, reticências, miçangas, miudezas... É disso que sou feita. [E começo a achar que 2+2>4.]
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