Trago comigo desde sempre um desejo de morte, entranhado na carne, correndo no sangue, pra lá dos confins de mim.
E é por isso que me agarro à vida com todo o meu ser, e experimento tudo, e em tudo me encontro. Tudo me fascina e tento conciliar o inconciliável, e aproximar os opostos, e saciar todas as vontades. Me entrego ao desejo irreprimível de ser tudo, ter tudo, tentar tudo, e sempre começar de novo do ponto onde jamais estive, mas que sempre visei do outro lado do abismo, do outro lado do espelho.
Acho que é para isso que sou atriz; para viver em uma só encarnação o gozo e a dor de setenta existências.
Não há nada que eu seja de verdade. Não há nada que eu seja por inteiro. Tudo o que sou, sou pela metade.
(26/04/2006 e 13/04/2005)
Um comentário:
"Acho que é para isso que sou atriz; para viver em uma só encarnação o gozo e a dor de setenta existências.
Não há nada que eu seja de verdade. Não há nada que eu seja por inteiro. Tudo o que sou, sou pela metade."
Que lindo isso! Reconheço-me em cada palavra.
Bom estar por aqui.
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