A que são todos capazes... Todos, meu Deus, todos! Mentiras, omissões, desconsideração... Deslealdade. E não dói menos em mim pela deslealdade não ser comigo. Me dói olhar a deslealdade com qualquer criatura. Eis a única coisa que não tolero, e não sei se isso é bom ou ruim. O fato é que não desejo ser de outra forma. Se me flexibilizar neste sentido significa ser como eles, ser um deles... Prefiro ser inflexível como um paredão de rocha. Machadinhas e balança, justiça e lealdade, pai Xangô a me guiar.
Meu senso de lealdade só é comparável ao de um mafioso siciliano: se você mantiver a sua palavra, eu manterei a minha. Até debaixo de uma saraivada de balas.
Inacreditável o quanto nos enganamos com aqueles a quem amamos - e que achamos que nos amam. Impossível amar e ser desleal ao mesmo tempo...
E eis que descubro aquilo que pode fazer de mim, criatura apaixonada, entusiasta e desmedida por excelência, a mais fria das criaturas, coração de gelo, indiferente a qualquer apelo ou argumento.
Por tanto tempo rabisquei pensamentos em pedaço de papel, panfleto de propaganda, resto de bloco, de trás pra diante no caderno... sempre à procura de uma costura pra todos esses retalhos. Hoje entendo que meu livro é mesmo assim: um não-livro. E percebo que cada trecho está pronto, ainda que trecho, e concluído porque começa no ar e termina no estalo. Porque trechos, retalhos, reticências, miçangas, miudezas... É disso que sou feita. [E começo a achar que 2+2>4.]
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