quinta-feira, 13 de novembro de 2008

PARA DEPOIS QUE O TEMPO NOS LIBERTAR A TODOS

A certeza de que havia um mundo além deste lhe dava alento. Fazia-lhe sentir que, algum dia, fora do tempo, poderia olhar de novo nos olhos dele e sorrir, e lhe dizer todas as palavras que agora lhe decompunham no peito, lhe doíam na garganta e lhe transbordavam nos olhos. Poderia lhe agradecer por tudo o que havia aprendido com ele. Poderia dizer o quanto o amaria pra sempre, ainda que outros viessem, pois todo amor, ainda que acabe, é sempre eterno; é eterno o que nos moldou a alma e nos tornou alguém melhor simplesmente por sairmos de nós mesmos.

As lágrimas lhe banhavam o rosto enquanto ela tomava café-com-leite mais rosquinhas de amendoim, e pensava nisto: um dia, fora do espaço e do tempo, lhe diria o quanto ele fora e sempre seria importante; ele sorriria de volta já acima de todas as mágoas mundanas, e nada mais precisaria ser dito.

Respira fundo.

Por enquanto, ela ainda estava presa no tempo...

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